sábado, 11 de julho de 2009

o silêncio.

Escutando algumas músicas, que nada tem a ver com o assunto, passei a pensar um pouco mais sobre o silêncio. Algumas pessoas tem mania de associar o fato de silenciar um momento com a solidão. A vontade de ficar só nem sempre representa tristeza. O silêncio é um ótimo professor. Ficar calado incentiva a nossa capacidade de pensar e refletir. A nossa cabeça pode estar cheia de inutilidades, mas alguma hora ela vai produzir coisas válidas e essencialmente importantes para o nosso crescimento. No começo é muito difícil desviar a nossa "máquina de futilidades" para algo que não vá sair do foco que a colocamos. Um exemplo bom é quando alguém pede silêncio pra alguma coisa qualquer, se nao exercitarmos o pensamento obediente ele acaba caindo em lugares que você nem imaginava poder estar.
O silêncio é um hábito que deve ser praticado diariamente, e isso é muito sério. A nossa vida está muito bagunçada. Apenas um minuto por dia, pode modificar as próximas 23 horas e 59 minutos. A paz e a mansidão estão inteiramente ligadas a ele. O barulho costuma confundir e o silêncio acalma, conserta, organiza... e por aí vai.
Eu costumava observar o pôr-do-sol todos os dias quando podia. Eu morava pertinho da praia, eu o via entre prédios e nem me importava. Quando tinha tempo caminhava até aquele lindo calçadão e lá me entregava a beleza das cores que mistudaras causavam em mim sentimentos que nem eu sei o nome. Ali, observando o espetáculo diário que a natureza nos oferece, eu aprendi a silenciar minha alma, calar meus pensamentos e trazer pra perto tudo aquilo de bom que eu posso atrair. Parei durante um tempo, pois no lugar que moro agora o sol não aparece daquela maneira indiscritível, e como consequência veio o barulho. Não aquele de carros, e máquinas, e pessoas gritando, não esse não. Mas aquele que hábita dentro de mim, aquele que me atormenta querendo resolver tudo da maneira menos sensata e me enche de ansiedade. Fui deixando, e deixando. Fui me embolando, me machucando... fui errando. Até que uma saudade enorme, não-sei-de-que e não-sei-de-quem, vinha todo dia num horário indetermidado, mas sempre em momentos inoportunos. Resolvi dar atenção. E me deparei com ele de novo, o silêncio. Era ele o tempo todo, querendo me acordar e me tirar daquele sufoco. Aí voltei, voltei a observar detalhes que me levavam novamente a tudo aquilo que eu precisava pra não me pré-ocupar.
Então, por favor... um minuto de silêncio.



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