sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

madrugada.

as vezes é bom ter insonia. ajudar a pôr os pensamentos no lugar. organizar a cabeça. o problema é quando nem você sabe a causa da súbita insonia. e fica se revirando na cama com um vácuo na cabeça. e tudo que vem se torna um emaranhado de pensamentos vãos que se partem voláteis como álcool. e até o sentimento de cansaço vai embora. e você fuma um maço de cigarros pra combater uma ansiedade que você nem ao menos sabe do que é. e o sexo ao lado complica. talvez a única coisa que, pensando bem, o manteve acordado. as lembranças, a saudade do beijo, das mãos se entrelaçando, dos corpos conectados como nunca havia sentido antes. mas nem ao menos isso serve de estimulante pra alguma coisa. logo as lembranças se vão novamente. e novamente a mente vazia. nem ao menos o tipo de mente vazia que produz coisa errada. vazia de qualquer coisa, qualquer sentimento, qualquer sensação. e ele se sentia até leve por não ter nada dentro de si. gostaria ao menos de estar sentindo raiva, ou a boa e velha melancolia. isso talvez o levaria a pensar em algo que se relacionasse. e até a musica faz confusão em sua mente nua. gostaria de escrever sobre seus amigos, sobre cada momento do amanhecer que presenciou, sobre a chuva, sobre o sexo. mas não sentia nada disso. e talvez daqui a algum tempo ele até goste disso. o novo sempre lhe pareceu atraente. e se adaptar as situações adversas ou inusitadas tem se tornado seu forte.

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