terça-feira, 19 de outubro de 2010

"De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou."


William Shakespeare

sábado, 16 de outubro de 2010

os meus.

Como disse uma vez, quando tenho amigos como os meus, posso me privar de certas belezas, inconscientemente sabendo que, todos eles, em suas sentenças, seus pensamentos, me guiaram e guiarão ao caminho das belezas que não me saltam aos olhos, ou que simplesmente não descrevo. Sinto que não preciso me forçar a usar palavras bonitas, ou mostrar um grande vocabulário, ou até grandes viagens, grandes autores, pois eles, estes que me cercam, já me enchem de orgulho e cultura, posso mostrar aos outros e a mim mesmo tudo isso, através deles. Há também uma parte que me livra da obrigação de escrever pra agradar a quem quer que seja, até mesmo a mim mesmo, já perco tanto a vontade de escrever e me colocar pra fora, me expor... hoje quero mais é admirar, olhar o mundo de fora fazendo parte apenas daquilo que não compartilho. deixe que eles guiem o caminho. Já cansei disso tudo afinal.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

domingo, 9 de maio de 2010

Dúvida

Agora ficou tudo tão confuso, tão turvo diante do desenrolar dessas outras histórias, do imprevisível e do previsível também. Esse sentimento escroto de competição que nem existe, uma vez que nada foi realmente declarado, essa vontade louca de gritar pro mundo todos o meus desejos, e tudo isso baseado em suposições. Se ele realmente não gosta de você, se você realmente não gosta dele, se gosta de mim, é muito pra minha cabeça. Esse deslumbramento diante do fato de ter enxergado que você é tudo o que eu preciso e justamente o que eu não preciso agora. De onde surgiu essa história de achar que a gente foi feito um pro outro? Eu sinto que lá no fundo isso não é idéia minha. Mas só pode ser. Você tem me acompanhado muito nesses dias, nesses tempos de descoberta do que eu preciso ou não valorizar, do que me faz bem de verdade. E a gente combina tanto e dá tão certo do jeito que tá que eu sinto mesmo é medo. Medo de me sentir culpado de ver o quanto essa nossa busca em nada tem dado. Mas e se eu não estiver sozinho? E se você sente o mesmo? Por que a cada comentário a respeito do quão ideal você é pra qualquer um, a cada empurrãozinho decepcionante, a cada conversa e sobretudo a cada olhar seu me bate isso? De você passar pelo mesmo que eu. E o medo desse 'triângulo' me tirar você é pior ainda. Pode ser tarde demais depois, eu posso me fazer de idiota correndo atrás de você por uma coisa que não tem nada a ver. Ou não. Talvez nunca seja tarde. Talvez esses olhares provem o quanto a gente deve mesmo é ficar junto. O quanto a gente combina, a gente se entende. E eu admito essa minha péssima mania de pensar em tudo. Pensar nos anéis estando com todos os dedos, pensar no depois antes de agir agora, pensar no futuro quando falo de amor. Sinto que perco cada vez mais o sentido dessas denominações, desse amor que eu já não sei mais onde leva, o que demanda, do que se trata. Muito óbvio ele ter sido o único de quem eu sempre tive ciúmes, o que eu sempre critiquei, e que sempre tentei derrubar tão sutilmente. Ainda tento. Não ia dar em outra coisa. E eu tenho valorizado tanto estar sozinho com você, conversar com você, ou simplismente ouvi-la, na esperança de ter essa merda de coragem de te dizer, de cobrar aquilo que um dia você me diria e que nem deve se lembrar mais. Me sinto muito instável toda vez que penso nessa história, e você mal sabe que eu é que estou morrendo de medo de mostrar o que sinto. E eu queria tanto que você se mostrasse mais convincente quando me diz que não tá apaixonada por ele, queria sentir que isso não é orgulho seu, de se abrir pro tipo de cara que ele é, queria saber como você me vê. Queria ser como acho que você o vê, pra você. Quem sabe um dia, em vinte anos, quando toda essa história de amizade eterna está pronta pra encarar a transformação em amor de verdade, amor maduro e real. Quem sabe a gente se acerta do jeito que eu quero agora, seu não perder você até lá.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

muda?

O quanto de amor próprio é possível ver numa pessoa que quer estar perto de um alguém que "lhe faz sofrer"? Amor próprio seria na verdade o que nos faz enxergar o que é melhor pra nós ou simplesmente o que nos faz sentir bem? Seria isso o equivalente a estar apaixonado? Coisa estranha essa é o amor. Estranho querer o que não é, na maioria dos casos, o melhor pra nós. E quando todas essas quistas coisas vêm de um lado só, quando se relacionam com um rompimento? Mais estranho ainda justificar escolhas erradas com o fato de estarmos apaixonados. Eu penso que isso não deveria ser justificativa plausível, mas ao mesmo tempo sei que é impossível ponderar quando se trata de paixão, de amor. Muito impulso contrariando a razão. Seria essa uma das grandes razões pelas quais me pego à razão ao falar de amor? Amor próprio ou realidade? E eu percebo que sempre permeio minha mente de perguntas sem respostas imedatas quando falo desse assunto. Sei também que isso é assunto que rende páginas e páginas... enfim.

glass.

Eu percebi que eu também tava precisando de um tempo só meu, e isso me levou a ver que o que eu quero mesmo é ficar sozinho agora. Essa maneira estranha e o modo complicado como tudo se desenrolou foi culpa nossa, mas não acho que teria sido diferente, porque a gente é assim e certamente eu aprendi com isso tudo. Aprendi que eu realmente devo demonstrar mais valor a tudo o que fazem por mim, aprendi que agradar as vezes não custa nada e que certas coisas precisam ser ditas, mesmo quando não precisamos dize-las. Isso tudo eu aprendi com você, alguém que eu não canso de dizer que aprendi a gostar, e que gostei de gostar.
A minha demora em te responder vem do fato de eu precisar pensar e achar as palavras certas pra me fazer entender nessa situação que eu acho bastante delicada. A minha velha incapacidade de lidar com os sentimentos alheios me colocou à prova e me fez perceber que a melhor forma de fazer isso é sendo sincero. E eu sinto que te devo isso, preciso ser sincero com você, leal acima de tudo, você merece. A verdade é que pra mim não há como cancelar a ideia de sempre pensar em tudo, porque é simplismente como eu sou, e eu acho que você nunca seria feliz ao lado de uma pessoa que não sente o mesmo que você, eu não seria feliz. A algum tempo eu me sinto numa posição estranha, mesmo apreciando tudo o que você fez por mim eu me sinto meio desconfortável com todos esses esforços e essas declarações, me olhando de fora eu me acho feio por dentro por nunca ter dito de verdade que não queria que chegasse num ponto em que eu precisasse procurar palavras certas, usá-las com cuidado. E ver que seus esforços não foram igualmente correspondidos só me faz ver que o tempo de sentir vontade de mudar passou, paixão é algo muito volátil quando a gente vê passar e deixa, e a gente realmente não tá na mesma posição. Já cheguei a pensar se o que fiz foi brincar com o sentimento alheio, tudo já passou pela minha cabeça, mesmo pretendendo ser sincero o tempo todo a respeito do que sinto e do que sempre esperei do nosso "caso" eu sempre senti que não tava me expressando direito, e não falar sobre isso só piorou a situação.

É estranho olhar pra traz e perceber que eu previ que ia acontecer e continuei, talvez por achar que de repente um dia você se cansasse de mim, covardia meio hipócrita da minha parte, admito. Você preencheu uma carência de algo em mim que até agora não sei o que é, mas que foi muito bem recebida, o tipo de coisa que dá vontade de adiar o fim, mas isso acabou ficando muito perigoso e nos colocou nessa situação. É chato quando não dá pra fazer valer essa vontade que eu tenho de sentir por você o mesmo que você diz sentir por mim, assim seria muito mais simples. E o que não é interessante é continuar com algo que eu realmente não vejo que mudará, me conhecendo posso dizer que cheguei num ponto em que, o que não mudou não muda mais. E isso diz respeito apenas a esse "nós" diferente, que eu certamente levarei MUITO tempo pra esquecer, que na verdade nem quero esquecer, mas sei que é mais saudável que fique de lado.
Você é uma ótima companheira, DE VERDADE, mas isso se relaciona diretamente com amizade pra mim. É melhor que seja assim. Espero que entenda...

listinha.

Tenho colecionado hipocrisia, no sentido de que muito do que eu tenho recebido das pessoas é isso no final das contas. Não de todas é claro, teorizo que amigos de verdade não agem dessa forma, mas em quantidade suficiente pra cansar. De verdade. Não que exista uma cota per capta de hipocrisia, falo aqui do meu limite. Por isso essa é minha resolução de ano novo: mais qualidade, e se possível e preciso, cada vez menos quantidade. Percebi que quanto mais nos rodeamos de gente na tentativa, mesmo que lá no fundo, de se sentir querido, ou menos no fundo, de se sentir qualquer outra coisa, menos de fato o sentimos, acontece comigo pelo menos. Chega num ponto que a gente tá saturado, e nunca amamos a todos como gostaríamos. É importante amar a todos aqueles que você quer ver por perto da mesma forma, assim você consegue pesar o quão importantes essas pessoas são, e até onde você iria pra manter essa tal qualidade. Mas na verdade isso tudo é ilusão. Todo mundo tem um melhor amigo que ama mais, um irmão/amigo que demanda aquele amor incondicional, porém nunca demonstrado, pois faz parte do código eterno de certas famílias.
Quero ter aquela certeza que você tem quando olha nos olhos de um amigo, aquele amor que ambos sabem que existe, e que sempre estará lá simplismente por sermos quem somos. Quero que isso continue com aqueles que possuo e que venha com os que virão. Quero que deletar certas pessoas de uma rede social, seja virtual ou de qualquer outro tipo, represente realmente deletar essas pessoas, a tal indiferença. Quero pessoas madiras o suficiente pra ouvir um "você precisa melhorar nisso" ou "você está errando nisso" e encarar como crítica construtiva sem sentir a necessidade de apontar erros alheios como pseudo justificativa. Feito isso estou certo de que terei não apenas um bom ano apenas para o que virá, mas para o resto dos meus dias. É isso.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Lua Nova.

Alguma coisa do tipo "não existe vida sem você" foi pronunciada naquela tela de cinema. Eu disse algo que soou como um resmungo, algo sobre como não acredito nisso. Ela perguntou por que. Por que? Simplismente por não acreditar que um amor de tão pouco tempo possa ser maduro a ponto de descartar a existência de uma pessoa no momento em que a outra se vai. Na verdade não é essa a questão, na verdade é o oposto. Eu acho que não existe saúde num amor imaturo, e acredito que só este possa permitir tal 'estilo de vida', digamos. Mas ao mesmo tempo é preciso passar por essa fase pra se chegar ao tipo de amor que eu considero ideal, e como chegar a eessa fase sem sentir vontade de morrer sem a pessoa amada? Razão. Essa palavra que merece sempre, ao meu ver, ser pronunciada a toda vez que se fala de amor. Mesmo que por muitos seja considerado paradoxal falar de amor caminhando junto com a razão. Voltando, porque esse tipo de amor faz a vida das pessoas incompleta ou a certos pontos até descartável é minha questão. Pode até parecer pedante, mas como não to aqui pra provar nada pra ninguém, reafirmo o que eu disse. Não existe amor que se sustente apenas com juras, e atos impensados podem até parecer bonitinhos mas não bastam pra sustentar ninguém do que eu realmente acho necessário pra viver. Mas enfim, talvez isso nem exista também, é Hollywood. E talvez essa conversa precise ser mais aprofundada também...

O Clube Do Filme.

Interlúdio (1946) - Alfred Hitchcock

Ingrid Bergman (beijando Cary Grant): Este é um caso de amor muito estranho.
Grant: Por que?
Bergman: Talvez pelo fato de você não me amar.
Grant: Quando eu não amar você, eu aviso.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Friends, Lovers or Nothing

...there can only be one
friends, lovers or nothing
there'll never be an in-between, so give it up!